Do Opera Mundi :
O Vaticano teve papel fundamental nas negociações para a retomada das relações entre Cuba e os Estados Unidos, rompidas desde 1961. As negociações secretas, que duraram 18 meses, aconteceram, na maioria das vezes, no Canadá, e foram incentivadas pelo papa Francisco.
Em discurso nesta quarta-feira (17/12), o presidente cubano, Raúl Castro, agradeceu ao apoio do Vaticano na empreitada. "Queremos agradecer o apoio do Vaticano, especialmente do papa Francisco, e a participação do Canadá na conversa entre os dois países", disse Castro.
De acordo com o jornal "The New York Times", Francisco sediou uma reunião decisiva no Vaticano, que antecedeu a conversa telefônica entre Barack Obama e Raúl Castro, realizada nesta quarta-feira (17/12), e que selou o acordo para a libertação de Alan Gross, detido na ilha desde 2009, acusado de espionagem, e dos três dos Cinco Cubanos que permaneciam detidos nos Estados Unidos. O mandatário norte-americano, Barak Obama, por sua vez, afirmou que a resolução do problema foi um "apelo pessoal" feito pelo papa a ele e a Castro.
Agência Efe
Francisco participou das negociações nos últimos 18 meses, entre Havana e Washington
Francisco participou das negociações nos últimos 18 meses, entre Havana e Washington
Segundo um funcionário norte-americano, o papa enviou uma carta pessoal para os presidentes Obama e Raúl Castro, ressaltando a necessidade de que ambos retomassem as relações.
A carta “nos deu um grande ímpeto e impulso para seguir adiante”, disse o funcionário mencionado pelo jornal. O Vaticano foi o único governo que participou das negociações entre os Estados Unidos e Cuba “nessas reuniões”.
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EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos
Obama anunciou nova política entre países. Papa intermediou libertação de prisioneiro e pediu retomada das relações
Jornal do Brasil
Obama disse que as embaixadas em Havana e Washington serão abertas e haverá recomposição de canais de cooperação e negociação. Em 2013, Obama e Raúl Castro tinham autorizado conversas secretas de alto nível — que tiveram a bênção do Papa Francisco e foram concluídas ontem, com uma ligação telefônica de uma hora e meia entre os dois presidentes — e alinhavaram a liberação de prisioneiros cubanos e americanos, o que ocorreu esta manhã. Os EUA decidiram ainda rever a inclusão de Cuba na lista de Estados que apoiam o terrorismo; relaxar ainda mais viagens e remessas de americanos à Ilha; e liberar várias transações financeiras e tipos de exportações.
Obama e Raúl anunciaram as medidas simultaneamente, em Washington e Havana. Segundo o governo americano, Cuba também fez concessões. Vai liberar 53 prisioneiros que Washington considera políticos (alguns dos quais já começaram a ser soltos), vai facilitar o acesso à internet à população e abrirá espaço para visitas adicionais de avaliação da ONU e da Cruz Vermelha.
"Começamos um novo capítulo nas histórias dessas duas nações das Américas. Ninguém está bem servido por políticas desenhadas quando a maioria de nós nem era nascida. Através dessas mudanças, tentamos criar mais oportunidades para os povos americano e cubano e iniciar um novo capítulo", disse Obama.
O presidente americano anunciou ainda a permissão para que bancos dos dois países voltem a se relacionar, além da permissão para que americanos que viajam a Cuba possam voltar trazendo até US$ 400 mercadorias. Essas medidas não dependem de aprovação do Congresso.
O presidente cubano, Raúl Castro, demonstrou satisfação com os termos do acordo. "A decisão de Obama merece o respeito e reconhecimento de nosso povo. Quero agradecer o apoio do Vaticano, e especialmente ao Papa Francisco", afirmou Raúl, em discurso transmitido pela TV estatal.
"Concordamos com o restabelecimento de relações diplomáticas, o que não quer dizer que nosso principal problema seja resolvido. O bloqueio econômico, comercial e financeiro deve acabar. As medidas de bloqueio foram convertidas em lei, e o presidente dos EUA, Barack Obana, deve tomar medidas executivas", acrescentou.
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